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Blog Um Socorro à Meia Noite

Ajuda ao próximo e saúde mental - qual a relação entre os dois?


Sempre que se fala em ajuda ao próximo, automaticamente pensamos sobre o como a pessoa ajudada é beneficiada - o que está certo - mas posso contar a real, manas? Falando por experiência própria de quem já participou de diversos projetos sociais voluntários, quem ajuda sempre é muuuito mais beneficiado.


Isso porque a atitude de se doar para auxiliar outra pessoa sem esperar nada em troca, produz no nosso corpo diversas substâncias responsáveis pelo bem estar e felicidade genuína. {INCRÍVEL, NÉ?!?!}


Vários pesquisadores já falaram sobre isso, incluindo um estudo desenvolvido pela Universidade de Michigan, o qual aponta que um dos caminhos para o equilíbrio da saúde mental é o voluntariado.


“Quando nos dedicamos a uma atividade a qual nos exige “apenas” amor e tempo, nem imaginamos como os grandes privilegiados somos nós. Afinal, também estamos colaborando para a produção de substâncias responsáveis por nos proporcionar o bem estar”

Comenta Renner Silva, professor da PUC Minas Gerais na disciplina de Ciência da Felicidade e Bem Estar.


Serotonina, dopamina, endorfina e ocitocina são os neurotransmissores envolvidos nessa prática, sendo esse grupo também conhecido como neurotransmissores da felicidade. E eu vou além!!! A ocitocina é conhecida como o hormônio do amor, o mesmo que é liberado em uma mulher no momento do parto, por exemplo. Esse mesmo hormônio é liberado no nosso corpo quando praticamos um ato de serviço desinteressado. Incrível demais!!!


Contando um pouco da minha experiência pessoal para comprovar o que a ciência já vem falando, faz alguns anos que eu me dedico a servir em projetos de voluntariado, e em janeiro desse ano eu tive a oportunidade de participar da experiência mais extraordinária da minha vida!! Eu fui voluntária por um mês em um dos países mais pobres do mundo, o Chade, que fica localizado na região central do continente africano. Contar sobre essa experiência renderia um livro de histórias, mas eu vou me limitar a contar sobre a sensação e o impacto que essa experiência causou na minha saúde mental. Tá preparada???


Há alguns longos anos a depressão e a TAG (transtorno de ansiedade generalizada) são minhas companheiras de jornada. E, para lidar com elas, eu recorro a psicoterapia, acompanhamento médico, alguns medicamentos, além de outras práticas necessárias para que eu consiga viver bem e de forma saudável. Entre essas práticas, estão os atos de serviço desinteressados, que podem ser no dia a dia e também em projetos específicos, como o que participei em janeiro.


Por isso, esse mês servindo no continente africano foi, pra mim, uma explosão de sensações positivas. Eu nunca fui tão feliz! Eu nunca senti que a minha vida fazia tanto sentido! Eu nunca senti uma sensação tão gostosa de alegria, bem estar e todos os demais sentimentos positivos que vocês puderem imaginar.


Estar no Chade fez eu me sentir útil para o mundo e para cada uma daquelas pessoas que eu conheci ali, trouxe à tona o meu senso de propósito e me fez mais uma vez entender o sentido da minha vida.


Em uma sociedade tão materialista onde estamos a todo tempo tentados a comparar nossas vidas com as vidas perfeitas que vemos no Instagram, no voluntariado o parâmetro de comparação é outro. Nele eu conheci pessoas com muito pouco, sem o mínimo para uma vida digna, o que me fez compreender o poder transformador da minha atitude.

Talvez a parte mais incrível dessa experiência seja o senso de gratidão. Eu me sinto profundamente agradecida pela oportunidade de usar meu tempo e meus recursos para ajudar pessoas que precisam tanto de apoio.


Geralmente, quando estou envolvida em algum projeto voluntário, eu sinto que o tempo passa voando. E especialmente nesse mês de janeiro, eu senti que precisava viver intensamente cada segundo ali, o que me levou à diminuir a importância e tamanho dos meus próprios problemas, para focar no "aqui e agora" que eu estava vivendo lá. Não sobrou tempo para preocupações futuras! Ansiedade??? Nunca ouvi falar!


E, por último, eu posso dizer que a experiência me fez valorizar cada uma das pessoas que eu conheci, sendo muitas delas pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Posso dizer que fui preenchida por muito amor e alegria.


Foi uma verdadeira transformação de vida!


Mas, o que eu quero te dizer com tudo isso, mana, é que por mais que a minha experiência em outro continente tenha sido transformadora, ela não foi a primeira e não vai ser a última. A prática do serviço desinteressado começa com olhar para a sua vizinha que talvez esteja precisando de ajuda e você não saiba.


É claro que, se você tiver a oportunidade de viver uma experiência como a que eu vivi, eu não tenho dúvidas de que ela vai ser transformadora pra você, assim como foi pra mim. Mas, não espere conseguir ir até a África pra praticar o bem, comece por quem está do seu lado.


Que tal experimentar a incrível sensação que um ato de serviço desinteressado pode te proporcionar? E se quiser, conta aqui pra gente depois a sua experiência, vai ser mara poder saber como essa atitude também te proporcionou muita saúde e bem estar.

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